quinta-feira, 15 de novembro de 2007

A UTILIZAÇÃO DO "BLOG" COMO RECURSO PEDAGÓGICO


A evolução tecnológica tem sido rápida e surpreendente, gerando novas formas de pensar e de se relacionar com os objetos do conhecimento. Nesse mundo digitalizado e globalizado, através das telecomunicações e da informática, a técnica torna-se uma das dimensões fundamentais da transformação do mundo humano pelo próprio homem. Crianças e adolescentes têm que ser mais do que simples expectadores das mudanças científico-tecnológicas. Precisam ser protagonistas, fazendo uso inteligente, racional e efetivo da tecnologia. Assim, uma nova concepção pedagógica se faz necessária, já que o aprender não está mais centrado no professor, mas no aluno, e a sua participação é que determina a construção do conhecimento e o desenvolvimento de suas habilidades cognitivas. O trabalho individual dá lugar ao trabalho em equipe, promovendo o compartilhamento de idéias e das experiências. O aprendizado já previamente determinado pelo professor é substituído pela necessidade de aprender a aprender, desenvolvendo-se, assim, habilidades para a era da informação. E por que o blog?Blog é a abreviação da expressão inglesa weblog. É um diário virtual. Muitos são pessoais, alguns são voltados para diversão.e outros são utilizados em situação de trabalho. Há também aqueles que misturam tudo. Mas, em geral, enfocam uma área de interesse para quem os escreve. Hoje, criar um blog é muito fácil e simples. Não exige conhecimentos profundos de Informática, nem instalação de programas para a publicação e atualização. Existem serviços gratuitos para a publicação dessas novas formas de registro.Como recurso de aprendizagem, o blog ainda é novidade, mas a linguagem é bem conhecida dos adolescentes, que o utilizam para publicar suas páginas pessoais na Internet. Aproveitar esse conhecimento dos jovens no contexto escolar pode ser uma maneira diferente de divulgar projetos e permitir a interatividade e a troca de experiências, facilitando a reestruturação de antigos e a construção de novos outros conhecimentos.A utilização dos blogs nas escolas permite o registro de forma rápida e simples. O blog funciona como um diário no qual o usuário (aluno ou professor) pode registrar atividades, impressões acerca de determinado assunto ou propor desafios cooperativos.A construção de um blog de forma cooperativa possibilita a interação entre os sujeitos e promove a troca de idéias e a resolução de desafios de forma colaborativa. Estas possibilidades, além da facilidade de utilização, organização de conteúdos e comentários, ampliam as possibilidades de complementar as aulas dos professores de forma inovadora e atraente. Os blogs ajudam a construir novas redes sociais e de saberes.Por permitir a expressão, discussão e contraposição de idéias entre os sujeitos, é um recurso que promove a aprendizagem e possibilita a construção do conhecimento. Seja como for, levar o recurso dos blogs para a escola pode representar um avanço na capacidade de comunicação dos alunos. Hoje, o uso do computador na Educação deve ser capaz de gerar reflexão, análise, depuração dos procedimentos utilizados pelo aluno, inclusive e, principalmente, para o desenvolvimento de determinada atividade prevista no planejamento do "conteúdo escolar".

Você acha o texto completo em http://br.geocities.com/cantinhovirtualdaeducacao

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

AS NOVAS TECNOLOGIAS NA SALA DE AULA, algumas observações.


Observando os avanços pelos quais a sociedade vem passando devido ao uso de novas tecnologias em diversas áreas profissionais, devemos reconhecer que o professor não pode ser um mero observador diante deste avanço. As novas tecnologias exigem um novo enfoque nas metodologias de ensino e os professores têm que dar esse passo de forma clara e decidida, propondo mudanças de forma que a transmissão de informações passem a ter infinitos caminhos, deixando para trás a época dos livros-textos como suporte quase único para o ensino-aprendizagem.A utilização da tecnologia permite uma melhor adaptação às diferenças entre os alunos, possibilitando uma maior flexibilidade para a apresentação do conteúdo com o desenvolvimento de novas estratégias de aprendizagem.
As situações de aprendizagem em que se usa o computador são mais eficientes quando permitem ao aluno uma atividade estruturante, que, guiada pelo professor, enfoquem um conteúdo determinado e explicitam os objetivos de aprendizagem de maneira clara. O professor deve propor situações que aproveitem as potencialidades dos recursos informáticos disponíveis, que sejam desenvolvidas levando em consideração os conhecimentos prévios dos alunos sobre os conteúdos a serem tratados e que integrem o restante das situações em classe.Qualquer proposta deve permitir a iniciativa do aluno de tal forma que permita-o desenvolver processos cognitivos, tais como: elaborar hipóteses, desenvolver projetos, explorar programas, tornar consciência de suas estratégias, poder corrigir os erros, etc. Seria um erro pensar em atividades com o computador que estejam desligadas do conteúdo da sala de aula, pois assim não será possível valorizar o processo de desenvolvimento do aluno no que se refere à resolução de situações-problema que se apresentam nos diferentes campos do conhecimento.
A presença da tecnologia em sala de aula dá ao professor a oportunidade de promover ambientes de aprendizagem interdisciplinares onde os alunos adquirem habilidades para estruturar investigações e resolver problemas concretos, formando pessoas com capacidade para desenvolver novas habilidades, novos conceitos e dar resposta eficiente às trocas e exigências do mundo atual. Um ambiente de aprendizagem como este é uma experiência que contribui para o desenvolvimento da criatividade e do pensamento dos alunos.


quarta-feira, 3 de outubro de 2007

A FORMAÇÃO DE CONCEITOS NA ESCOLA

Vygotsky (1993) descreve que a fala possui dois componentes: o fonético e o do significado. Estes dois componentes irão originar os conceitos, que são classificados em espontâneos, quando construídos a partir da experiência, e formais, definidos pela ciência. Um dos problemas da escola é trabalhar somente com os conceitos científicos, não considerando os conceitos espontâneos dos alunos. É através da interação dos dois conceitos (científico e espontâneo) que se dá à evolução real do pensamento. Entender os conceitos prévios dos alunos possibilita que estes, através da reflexão e da atividade, sejam reconstruídos e propiciem a interação com o conceito construído cientificamente. Desta forma teremos uma proposta pedagógica que eleva as estratégias de pensamento, provoca aprendizagens mais significativas e desenvolve a autonomia de pensamento.
O processo de formação de conceitos tem início na infância e amadurece e se configura somente na adolescência. Durante a infância a criança adquire capacidades de conceituação que constituem o início desse processo. Como se dá a formação dos conceitos tem sido objeto de muitas investigações, principalmente quando se pensa no papel da escola como facilitadora na construção do conhecimento científico por parte de seus alunos.
Quando Vygotsky estudou esse tema, desenvolveu alguns estudos experimentais para observar a dinâmica do processo de formação de conceitos. As principais conclusões a que chegou foram:
* a percepção e a linguagem são indispensáveis à formação de conceitos;
* a percepção das diferenças ocorre mais cedo do que a das semelhanças porque esta exige uma estrutura de generalização e de conceitualização mais avançada;
* a formação de conceitos é o resultado de uma atividade complexa, em que todas as funções intelectuais básicas (atenção deliberada, memória lógica, abstração, capacidade para comparar e diferenciar) tomam parte;
* os conceitos novos e mais elevados transformam o significado dos conceitos inferiores.

Outro aspecto bastante relevante sobre formação de conceitos, tratado por Vygotsky (1991), diz respeito à experiência pessoal da criança e à instrução formal, à aprendizagem em sala de aula, levando-a a desenvolver dois tipos de conceitos que se relacionam e se influenciam constantemente. Vygotsky acredita que os conceitos espontâneos e os conceitos não-espontâneos fazem parte de um mesmo processo, ainda que se formem e se desenvolvam sob condições externas e internas diferentes e motivados por problemas diferentes.
Os conceitos científicos constituem, para Vygotsky, o meio no qual a consciência reflexiva se desenvolve. A aprendizagem escolar exerce papel importante em sua aquisição. Seus estudos confirmaram a hipótese de que os conceitos espontâneos e os conceitos científicos, inicialmente afastados porque se desenvolvem em direções contrárias, terminam por se encontrar.
Considerando que o aluno traz uma riqueza de conhecimentos sobre o mundo e seu funcionamento, que na maioria das vezes entram em conflito com o que é imposto pela escola e tem de ser aprendido, o professor deve agir para que os estudantes não rejeitem esses conhecimentos ou não tenham dificuldades em assimilá-los.
A tarefa da escola, por meio do professor, é exatamente auxiliar o aluno a formar o conceito científico e estabelecer vínculo indireto com o objeto por meio de abstrações em torno das suas propriedades e da compreensão que ele mantém com um conhecimento mais amplo. Para os professores, esta tarefa não é fácil, porque implica uma revisão, tanto de conteúdos quanto de metodologias.
Além de formados, esses conceitos precisam ser internalizados. A internalização dos conceitos ocorre à medida que a mente da criança registra os conceitos. A teoria indica que apenas a visualização não garante a apropriação de todas as características existentes no objeto a ser apreendido.
A atividade também é fundamental nesse processo. As atividades propostas pelos professores devem provocar nos alunos exercício mental constante voltado para as operações que devem realizar sobre determinado problema, permitindo que o aluno vá tomando consciência das suas atitudes e, conseqüentemente, das suas tarefas, da resolução da questão proposta.
Para que as práticas pedagógicas sejam mais adequadas à formação de conceitos científicos, algumas sugestões são apontadas:
-As idéias que o aluno traz para a escola são necessárias para a construção de significados. Suas experiências culturais e familiares não podem ser negadas. Essas idéias devem ser aceitas para progressivamente evoluírem, serem substituídas ou transformadas.
-A resistência para substituir alguns conceitos só é superada se o conceito científico trouxer maior satisfação: for significativo, fizer sentido e for útil.
-O diálogo com os alunos possibilita o diagnóstico de suas idéias em vários momentos da aprendizagem. Da mesma forma, a interação entre parceiros e a observação dos diálogos travados entre eles.
-Resolver problemas com um plano de atividades cognitivas deve ser estimulado, uma vez que a simples nomeação das características essenciais e a repetição de definições não garantem a formação de conceito.
-Deve-se possibilitar ao aluno retomar seu processo de trabalho, explicando suas idéias e analisando a evolução das mesmas.
-No processo de formação de conceitos, é desejável desenvolver ações de inclusão -estabelecer se um objeto dado refere-se ao conceito indicado, e de dedução-reconhecer as características necessárias ou suficientes para incluir ou não os objetos em um conceito dado.
-Nem todo conceito é passível de experimentação, daí o valor de meios variados: filmes, explorações de campo, etc.

É importante lembrar que o ensino sistemático e explícito na escola deve levar o aluno a reconceitualizações e, principalmente, desenvolver formas de pensar que se estendam para outras áreas e para situações que transcendem a sala de aula. A formação e internalização dos conceitos ocorrem pela mediação através da linguagem oral e escrita, como também pela mediação com objetos reais. A utilização correta do concreto se faz quando ele se revela como um instrumento para se chegar ao abstrato. A aquisição de cada conceito particular é vista como um processo de construção e não como um processo aditivo de recepção.

O desenvolvimento de determinadas habilidades são essenciais na formação de conceitos:
" Habilidade de explicar ou desdobrar o significado das palavras.
" Habilidade de construir e reconstruir os elementos que compõem um conceito.
" Habilidade de usar dicionários e enciclopédias.
" Habilidade de observar a essência da coisa estudada.
" Habilidade de definir, dizer com segurança o que algo é.

Os conceitos formados são muito importantes para o desenvolvimento cognitivo do indivíduo. Formar conceitos possibilita a aprendizagem de princípios e solução de problemas a eles relacionados.